Norte quer verbas a que tem direito da União Europeia

    29 Março, 2021 José Ricardo Sousa 711 Sem comentários

    Nova geração de programas de financiamento da União Europeia estiveram em debate organizado pelo CIED Minho. Participantes concordaram que o Norte perde na distribuição dos fundos.

    A gestão descentralizada dos fundos do Plano de Recuperação e Resilência (PRR) e dos que advirão no âmbito do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 da União Europeia é essencial para o Norte “receber as verbas a que tem direito”.


    A ideia foi defendida ontem pelo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), António Cunha, na videoconferência ‘NextGenerationEU – novas oportunidades para o desenvolvimento económico do Minho’, promovida pelo Centro de Informação?Europe Direct (CIED) Minho, em parceria com o Município de Guimarães.

    “A não descentralização das verbas” dos programas comunitários” é, segundo o líder da CCDRN, “batalha que temos de travar” para que o Norte receba, por direito, metade dos fundos atribuídos pela União Europeia a Portugal, atendendo ao seu PIB e população.

    “O?Norte é a região que menos recebe da Política Agrícola Comum”, exemplificou António Cunha num debate em que concordou com o eurodeputado José Manuel Fernandes na necessidade de começar já a aprovar projectos e abrir candidaturas para as linhas de financiamento do Programa Portugal 2030.

    Os dois intervenientes na videoconferência que contou também como as participações da conselheira económica da Representação da Comissão Europeia em Portugal, do presidente da Comissão Intermuncipal do Ave, Raul Cunha, e do presidente da Associação de Jovens Empresários de Guimarães (AJEG), Rui Dias, defenderam uma discussão integrada do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Portugal 2030 para evitar sobreposição de projectos em dois instrumentos que se sobrepõem parcialmente no tempo.

    “Temos de ser programadores dos fundos, não meros utilizadores”, sintetizou José Manuel Fernandes. O vereador da Câmara Municipal de Guimarães, Ricardo Costa, que moderou o debate de ontem, considerou que a região minhota “tem passado ao lado de investimentos estratégicos”, nomeadamente ao nível da mobilidade, percepção também assumida por Raul Cunha, presidente da Câmara Municipal de Fafe e da Comunidade Intermunicipal do Ave.

    “Tenho a sensação que estamos a deixar fugir pelos dedos tudo aquilo que a Europa nos coloca à disposição”, declarou o autarca.
    Rui Dias colocou o foco da sua intervenção nas muitas incertezas relativamente aos apoios que chegarão às empresas através do PRR, a chamada ‘bazuca europeia’. “Para a internacionalização, para apoio à produção, para a formação? As empresas procuram respostas”, apelou o presidente da AJEG.

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