“As fronteiras são laboratórios da integração europeia”

    23 Novembro, 2020 José Ricardo Sousa 721 Sem comentários

    O Centro de Informação Europe Direct Minho, do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, realizou no dia 20 de novembro, durante a parte da tarde, mais um evento “Diálogos com os Cidadãos”.

    Desta vez, esta atividade inicidiu sobre o papel das eurorregiões no projeto de construção europeu e também sobre a sua importância para o futuro. Para abordar este tema, o CIED Minho contou com a participação de Ricardo Ferreira “Border Focal Point” coordinator da DG-REGIO – Comissão Europeia; Ricardo Rio, Presidente da Câmara Municipal de Braga; e ainda Lara Méndez, Presidente de Câmara de Lugo (Espanha).

    Os oradores tiveram a oportunidade de analisar diversos tópicos essenciais para a eurorregião. A preservação do ambiente e a nova linha ferroviária de alta velocidade, foram alguns dos temas em análise num evento virtual que se estendeu em cerca de 60 minutos. Além disso, os cidadãos tiveram a possibilidade de colocar questões e comentários aos oradores do evento.

    A propósito do projeto da Eurorregião, Ricardo Ferreira começou por realçar a sua importância para a sociedade europeia: “É necessário deixar de ver uma fronteira como uma linha de divisão e encará-la como uma região com potencial enorme para explorar”, prosseguindo a sua ideia referindo que: “Apesar de termos um mercado único na UE, ainda vigora um efeito de fronteira, ou seja, ainda há um conjunto de obstáculos que persistem nas fronteiras, e que persistem com naturalidade porque os quadros legais de um e outro lado não são compatíveis”. Além disso, referiu que “o enorme potencial das estruturas de gestão das transfronteiriças, como as eurorregiões e as eurocidades, porque o passo essencial para ver as regiões transfronteiriças como uma região potencial de
    desenvolvimento é criar confiança na forma de trabalhar de uns com os outros”.

    Por seu turno, Ricardo Rio, Presidente da Câmara Municipal de Braga referiu que “Quanto mais conseguirmos envolver os agentes do território na definição das áreas de intervenção, melhor será a aplicação dos fundos”. Também Lara Méndez, presidente do Município de Lugo e vice-presidente do Eixo Atlântico, defendeu a mesma ideia, realçando que os fundos comunitários terão de ser bem aplicados, sobretudo num contexto marcado pela crise causada pela pandemia da Covid-19. Por seu turno, Ricardo Ferreira, coordenador ‘Border Focal Point’ da Comissão Europeia, realçou que o próximo quadro comunitário “é um marco financeiro” desafiante. “Está e negociação e é um desafio enorme porque se coloca perante novos desafios globais e novas prioridades para a UE, nomeadamente com o ‘Green Deal’”, referiu. Em concreto para a cooperação transfronteiriça “ainda nada está decidido”, explicou, salientando que que “há outras formas de obter financiamento para projectos transfronteiriços”, pelo que os promotores dos projectos não se devem limitar ao Interreg, programa que representa uma “muito pequena parte” do FEDER”.

    Clique no vídeo abaixo para seguir o evento na íntegra:

     

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